O cenário atual do mundo do trabalho, ligado uma lógica produtivista e expropriadora, vem sancionando cada vez mais práticas de rigidez ao trabalhador. O mundo do trabalho está caótico, com crescente precarização das relações do trabalho e da saúde do trabalhador. As práticas de violências viraram instrumentos de manutenção da ordem e disciplina.
É nesse contexto que as práticas violentas no ambiente parecem cada vez mais naturalizadas, e uma postura crítica parece ser refém da própria sobrevivência econômica.
As violências no trabalho estão inseridas nos aparatos, nas estruturas e nas políticas organizacionais ou gerenciais, que são abusivas e inadequadas. O assédio organizacional visa manter o controle sobre a coletividade de trabalhadores, diferentemente do assédio moral, cujo alvo é direto (Soboll, 2008).
Cerca de 17,9% de pessoas são afetadas psicologicamente em uma dimensão global, segundo estudo feito pela OIT em 2022 sobre essas experiências. Com isso, nos promove a reflexão de como é necessário considerar possibilidades de práticas de intervenção e enfrentamento como pontos pertinentes para que essas experiências sejam combatidas e que cada vez mais as pessoas tomem consciência sobre o assunto.
Nos últimos tempos, constata-se também índices elevados, principalmente em mulheres vítimas de assédio. Segundo, revista Veja, 72% das mulheres foram vítimas, apontando pesquisa da Aberje. Sendo mais exteriorizadas em casos de assédio, seja moral ou sexual, na maioria jovens, refletindo geralmente em mais de uma vez durante sua vida profissional, preocupando no aumento dos casos, mesmo sendo um público com maior tendência de expor tal violência ou assédio vivenciado.
Valorizar por políticas de enfrentamento como recolher informações sobre tais práticas, bem como divulgar leis e programas de prevenção(palestras, oficinas, incentivo de boas relações, avaliações psicossociais, apoio psicológico) para uma maior efetividade de conscientização e diálogos sobre as causas que denomina o assédio. As intervenções de combate ao assédio moral precisam priorizar a promoção da dignidade no trabalho e, se possível, a transformação da forma de organização laboral.